O estresse é algo inerente ao ser humano e tem a função de proteger nossa integridade física das ameaças que o meio ambiente apresenta. O homem primitivo mantinha-se sempre alerta e, portanto, estressado, para evitar ser atacado de surpresa por alguma ameaça. Em função das características de vida, era obrigado estar sempre em movimento e ação e desta forma eliminava a tensão gerada. Hoje aquelas ameaças sumiram, mas o ser humano mantém-se alerta por outros motivos, sejam eles reais ou imaginários, porém não conta com meios naturais para eliminar o estresse.
A causa de disparo do estresse varia de pessoa para pessoa. Muitos momentos de ansiedade encontrados no trabalho, na vida familiar, na sociedade e em muitas outras ocasiões podem causar o estresse. A consequência do estresse varia também em caráter individual. Algumas pessoas dominam e usam o estresse a seu favor para serem mais produtivas, por exemplo. O estresse mal administrado provoca consequências negativas. É cientificamente comprovado que o estresse origina danos muito diversos como taquicardia, diabete, crises de ansiedade, depressão ou euforia etc. A solução do estresse seria simples se fosse possível cada pessoa eliminar os fatores que lhe causam estresse. Infelizmente isto nem sempre é possível. Mas existe outro recurso bem eficiente: tirar a mente dos provocadores de estresse de tempos em tempos. Neste cenário aparecem o exercício físico e o passatempo.
Foi assim que resolvi a minha equação estresse x qualidade de vida. Tudo começou com um cachorro chamado Petit, da raça Cocker. Apaixonei-me por ele. Não tive dificuldade em convencer minha mulher a adotá-lo. Mas morávamos em um minúsculo apartamento. Como resultado, eu tinha que passear horas com ele. Que bom! Nestes momentos meu estresse era trocado por ver a paisagem e pegar o cocô dele. Certo, este último detalhe não era tão gratificante! Mas eu não parei por aí. Meu trabalho era ficar sentado em uma cadeira na frente de um computador. Tudo doía. As costas eram o pior. Andar com o Petit ajudou a melhorar estas dores. Mas não o suficiente. Resolvi ir para uma academia. Mas o Petit fez muito mais por mim. Ele, como um bom cachorro, adorava passear em parques e na natureza em geral. Curtia cada cheiro. Olhava tudo em detalhe. E eu estava junto apreciando. Este contato constante com a natureza provocou o desejo de interagir com ela. Jardinagem nem pensar! Não é minha praia. O resultado da jardinagem é muito lento para o meu ritmo. Eu gosto de usar meu tempo para criar ou aprender algo e os resultados da jardinagem é muito lenta para mim. Descobri a madeira. Descobri que trabalhar com madeira me colocava muito próximo da natureza e ainda resultava em objetos que eu produzia. Bem, a primeira coisa que aprendi é que eu precisava desenvolver minha paciência e o autocontrole para obter bons resultados. Madeira exige criar de forma lenta e isto foi excelente para dar um ritmo mais adequado e menos estressante para minha vida. Qualquer especialista em estresse vai declarar que eu juntei excelentes recursos para combater o estresse. Trabalhar com a madeira obriga a mente a dirigir o foco para longe de provocadores de estresse. Adicionalmente motiva a manter o físico bem condicionado. Imagino que você nunca tenha visto um marceneiro gordo, né? A explicação é simples: o ato de pegar peças de madeira, levá-las de um lado para outro e manipular estas peças com diversas ferramentas exige movimento. e este movimento ajuda o condicionamento físico. Ajuda até a melhorar a dieta! A mente focada e o corpo em atividade exigem menos comida. Mexer com madeira é minha terapia antiestresse. Muito mais barata e efetiva do que tomar antidepressivos e estimulantes, e além do mais resulta nos objetos que produzo.
Se quiser saber mais, visite aba Eu que Fiz e veja como eu e meus alunos estamos jogando o estresse na madeira! Um destes alunos, o André, tem uma forma interessante de expressar o que ele faz. Ele costuma dizer que vem para as aulas de marcenaria para “agredir” a madeira. Imagino que isto significa que a única coisa “agredida” é a madeira. Ou seja, com esta palavra ele declara que joga toda a sua tensão nos pedaços de madeira.